Um vídeo que circula na internet analisando o caso dos documentos das terras de Jericoacoara aponta para a sequência de ajustes de tamanho da propriedade, feitas com o registro de sucessivos levantamentos topográficos nas matrículas registradas nos cartórios. Esta prática foi feita quatro vezes nos documentos da fazenda Junco I, onde a cada novo levantamento ocorria o aumento da área da fazenda, conhecida na região como "firma Machado".

Agora uma análise mais detalhada percebe que além dos aumentos causados pelas averbações de novas topografias, ocorre também a "fabricação" de mais de 40 hectares no texto da matrícula, pois o levantamento topográfico que deveria resultar em 179,79 hectares gera uma área de 220,47 hectares em um dos registros no cartório.

É uma conta simples de multiplicar que qualquer pessoa pode fazer: 202,24 m de frente X 8.890,00 m de fundo = 1.797.913,60 m² ou 179,79 hectares. (divida a área por 10.000 para converter m² para hectares). Entretanto o documento registra uma área de 220,47 hectares de forma inexplicável.

inconsistencia matricula

Este é mais um desdobramento do caso onde uma família se diz dona de Jericoacoara com base em documentos de cartório que tiveram sua área alterada nas matrículas sucessivas vezes.

Os moradores da região dizem que conhecem muito bem as terras da família, que era uma fazenda de caju, localizada fora da área do Parque Nacional e muito distante da Vila de Jericoacoara.

As matrículas da terra estão disponíveis na descrição do vídeo no YouTube, disponível no seguinte link:

https://tinyurl.com/videojeri